segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Coisas novas: um fim e um novo eu


- Não vai falar nada?
-Fiquei em silêncio. Ele insistiu:
- Não tem nada pra dizer?
- Eu tenho sim. – Suspirei – Não tem nada pra dizer. O que a gente tinha, teve, já passou. O nosso amor acabou.
- Não. O nosso amor não acabou. O seu amor acabou...
Eu nunca imaginei que a nossa história iria acabar. Que o nosso amor iria acabar. Quer dizer, que o meu amor iria acabar. Ele foi a melhor pessoa oposta que eu já conheci, disso eu não tenho dúvida. Mas na vida tudo acaba, não é? Não. Nós é que acabamos com tudo. Tudo é culpa da gente. Somos tão idiotas que nem culpa a gente quer ter. Pensamos que o tempo é sempre o mal, o culpado de tudo. Mas na verdade não é. Os culpados, nas grandes maiorias das vezes, somos nós. O fim da nossa história foi causado por mim. Ele me amava. Eu não o amava mais. Por quê? Por que me tornei uma pessoa tão fria, tão vazia? Vazia de amor. Eu, vazia de amor. Nunca imaginei isso. Eu que sempre fui uma eterna apaixonada. É... As pessoas mudam. E como sempre, em toda mudança, alguém acaba perdendo, alguém acaba machucado. E nesse caso quem saiu machucado foi ele. E eu? Não sinto dor nenhuma. Essa falta de dor prova que eu me tornei uma nova pessoa. Vou conhecê-la ao longo do caminho.


Dor que dói mais..


Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, dóem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica,
cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que já morreu.
Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos.
Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã.
Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber.
Não saber mais se ele continua se gripando no inverno.
Não saber mais se ela continua clareando o cabelo.
Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu.
Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet,
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando,
se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.Saudade é não saber
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz,
se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama,
e ainda assim, doer.
                                      







O Amor Acabou !


O amor acabou e ele nem notou,
Achou que fosse normal
A tal crise
Que o relacionamento passou,
Ignorou meu sofrimento,
Aos poucos me abandonou,
Deixou-me isolada no inverno
E no verão não me refrescou,
Seus braços não me aqueceram
E meus lábios já não mais saboreou,
Hoje clama por minha presença
Que antes ignorou,
Ele diz que
No lugar do coração,
Um buraco ficou;
Já não posso viver com ele
Por dó e nem piedade,
Desejo que ele encontre alguém
Que estanque esse sangue 
E ocupe esse espaço
Que dentro dele ficou,
Que ela dê muito carinho,
Felicidade e muuuuuito
AMOR!